Pela manhã, participamos de uma entrevista coletiva, convocada pela Batay Ouvriye, para ouvir a Conlutas sobre a questão do terremoto, solidariedade de classe e a exigência de que as tropas que ocupam o país caribenho se retirem.
À noite, por volta das 20 horas do horário local, tivemos uma agradável surpresa. O canal 11 haitiano transmitiu quase na íntegra a fala do representante da Conlutas José Maria de Almeida, em seu telejornal.
“No Brasil, faz três meses que o governo Lula fala em ajuda ao Haiti. Isso não é verdade. Em todo o tempo que as tropas estão aqui, os militares não construíram uma casa, uma escola ou algo importante para a população”, disse Zé Maria, traduzido em creole aos haitianos pelo companheiro do Batay Ouvriye Didier Dominique.
“Queremos o fim da ocupação militar e que o Brasil utilize o dinheiro que gasta com o efetivo militar para fornecer verdadeira ajuda humanitária, com médicos, enfermeiros, construtores e assim por diante”.
Epicentro do terremoto
Depois do almoço, fomos até Leogane (30 km a oeste de Porto Príncipe), região do epicentro do terremoto de 12 de janeiro.
Novamente, para todos os lados que olhamos, observa-se aquilo que já me referi, em um post anterior, como cenário de guerra.
Com a destruição das casas, o povo tem que morar em barracas. É desumano.
“O que me chama a atenção nesta visita da Conlutas ao Haiti é a total ausência do Estado. De modo geral, a população depende, única e exclusivamente, de suas próprias forças”, disse o diretor do Andes e membro da delegação Hélvio Mariano.
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