segunda-feira, 25 de junho de 2007

Delegação segue para o Haiti

Daqui a poucas horas a delegação da Conlutas e de outras entidades embarca rumo ao Haiti, numa expedição que durará uma semana. A expectativa de todos é grande para o destino do vôo 0758, da companhia Copa Airlines.

O objetivo da missão é o de conhecer a realidade do povo mais pobre das Américas e denunciar a ocupação militar (sob o comando do Brasil) e suas conseqüências.

A delegação é composta por 20 pessoas - entre sindicalistas, representantes dos movimentos estudantil e popular, aposentados e jornalistas. Cada qual carrega, além das bagagens, suas expectativas peculiares.

“Estou nervosa, à espera de ver a situação do Haiti. Acho uma experiência muito importante. Tenho tido contato com a realidade deste país desde o ano passado, quando realizei trabalhos para a universidade”, disse a estudante Sabrina Luz, de 26 anos, que é do diretório acadêmico da UFF (Universidade Federal Fluminense), do Rio de Janeiro.

“Fiz uma verdadeira campanha para poder participar dessa viagem. Recolhi contribuições de colegas e de professores. As doações começaram a partir de R$ 1”, revelou.

Alealdo Hilário, dirigente do Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e Alagoas, tem a expectativa de trazer dessa viagem a experiência de conhecer de perto o que está por trás da ocupação das tropas brasileiras no Haiti. “Vamos nos aprofundar e detectar o projeto dessas forças que oprimem o povo haitiano”, afirmou.

Diretor da Admap (Associação Democrática dos Metalúrgicos Aposentados e Pensionistas) de São José dos Campos (SP), José Nunes, de 61 anos, também compõe a delegação.

“Espero encontrar um povo num estado de penúria. Queremos denunciar essa situação e exigir a saída das tropas que ocupam o país mais pobre das Américas”, comentou Nunes.

A delegação conta com um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Aderson Bussinger, 44 anos, foi designado representante da entidade em seu conselho federal.

“Nossa expectativa é a de levar a solidariedade dos trabalhadores brasileiros ao povo haitiano, vitimado pela ocupação militar e pela extrema pobreza”, resumiu o advogado.

Fora tropas do Haiti!
Um dos coordenadores da delegação, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, comandou uma conversa com os componentes da viagem na sede da Conlutas, no Centro de São Paulo, antes da saída ao aeroporto de Guarulhos.

Ele ressaltou que a delegação tinha um objetivo claro, que é o de dizer em “alto e bom som” que aquela ocupação militar deve acabar e que o Brasil deve deixar o Haiti.

“Essa ocupação militar tem interesses claros do imperialismo, que se utiliza da miséria daquele povo para lucrar ainda mais. Um exemplo claro é a política de implantação de zonas francas, nas quais as chamadas “maquiladoras” (empresas multinacionais que não garantem direitos aos trabalhadores) se aproveitam da mão-de-obra extremamente pobre”, discursou Toninho.
(foto: Wladmir de Souza)

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